domingo, 10 de janeiro de 2010

Achado arqueológico torna possível a hipótese da Bíblia ter sido escrita séculos antes das estimativas atuais



Um fragmento de cerâmica com cinco linhas de texto e mais de 3.000 anos de idade, descoberto no local onde a Bíblia diz que Davi matou Golias, acaba de ser decifrado e, de acordo com arqueólogos israelenses, é o mais antigo registro de hebraico escrito.

As inscrições estavam em protocananeu --usado por israelitas, filisteus e outros povos da região-- e foram descobertas há 18 meses.

O material foi decifrado por Gershon Galil, da Universidade de Haifa, que identificou a escritura como hebraico. Em comunicado, a instituição afirma que se trata "do mais antigo registro conhecido" do idioma.

Análises de datação radioativa, feitos para determinar a idade do material, indicam que as inscrições são do século 10 a.C., o que as torna quase mil anos mais antigas que os pergaminhos do mar Morto.

"O texto é um manifesto social, referente a escravos, viúvas e órfãos", disse Galil, acrescentando que as palavras e os conceitos utilizados eram específicos do idioma e da sociedade hebraica da época.

O fragmento foi encontrado perto do portão do local conhecido como "Fortaleza de Elá", cerca de 30 quilômetros a oeste de Jerusalém, no vale onde se acredita que a batalha entre Davi e Golias aconteceu.

Em comunicado, a Universidade de Haifa afirma que "a descoberta de um exemplo tão antigo de escrita hebraica torna possível que a Bíblia tenha sido escrita vários séculos antes das estimativas atuais".

"As inscrições têm conteúdo semelhante às escrituras bíblicas, mas fica claro que não são cópias de nenhum texto da Bíblia", afirma a universidade.

Fonte: Folha Online

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